29.5.09

Minha empregada e o hype (ou como tornar o Passion Pit o novo Calypso)

A empregada da minha casa está sendo vítima do hype. Pelo "Claro Idéias" de seu celular recebeu uma mini-resenha tentando definir o que é o Passion Pit, numa linguagem que, presume-se, serviria para atiçar a curiosidade dela em ouvir a banda. Apesar de ostentar uma estranha franja e não cortar a unha do dedão do pé em hipótese alguma, creio que ela não seja bem o público "alternativo" que o grupo americano costuma abocanhar.

Até onde esse povo vai? Que tipo de estratégia de propaganda é essa? Que se façam campanhas dissimuladas em blogs jabazentos dedicados ao gênero, vá lá. Mas metralhadora de SMS-hype? Pensando na remotíssima hipótese dela se interessar pela banda que "usa sintetizadores" e entrar no site para ouvir o som. Isso agregará valor ao produto (seja financeiro ou mero acréscimo de fãs)? Óbvio que não. Passará essa respeitável e trabalhadora senhora a colocar "The Reeling" para tocar nos seus churrasquinhos de final de semana, logo depois do último sucesso do Calypso?

O mercado anda tão perdido e maluco que é capaz de sandices desse tipo. O produto não vende? O número de fãs não aumenta nem com reza brava? Tá ficando caro bancar blog jabazento e comprar matérias em jornais e revistas? Tudo bem. Seus problemas acabaram. Manda um SMS-Hype e garanta mais um pageview para seu cliente.

Aliás, bem bacana essa "The Reeling", hein.



Um comentário:

Inconstante disse...

Meu amigo gaiotto, essa é a sina da Indústria Cultural: abocanhar tudo e a todos, modelando gostos e empurrando novidades goela abaixo, sem respeitar as diferenças.
A indústria fonográfica está fadada ao colapso enquanto ainda for comandada pelos mesmos velhos babões, que antes comiam cantoras novinhas e agora choram, bebendo whisky 8 anos e contam os milhões que vão perdendo por aí.

Cadê os super sucessos fabricados ? Alguém viu ?