A culpa pode ser da minha idade, já que estou me tornando cada vez mais ranzinza. De qualquer forma, para mim, o show do Beirut, que aconteceu no último dia 11 de setembro na Via Funchal, foi absolutamente medíocre. Em apresentação burocrática, um levemente embriagado Zach Condon (ou muito embriagado segundo testemunhas que estavam mais próximas do palco), estragou canções do Beirut: Postcards from Italy, por exemplo, perdeu toda a melancolia que a caracteriza, e My Night With a Prostitute in Marseille não tinha nada do tom etéreo da versão de estúdio.
E isso importa? Aparentemente não: Zach Condon entrou com o jogo ganho. Um time de garotas hippies, provavelmente atraídas pela faixa Elephant Gun, que foi enfiada na trilha sonora daquela terrível e teatral adaptação de Machado de Assis que passou na Globo há uns meses, gritava incessantemente “lindo” ao rapaz. Cada acorde inicial de cada canção era recebido com aplausos do público, que abandonou as cadeiras da Via Funchal logo na primeira canção.
Para mim, contudo, a decepção foi grande. Sou um grande fã do Beirut, já tendo falado da banda em várias ocasiões neste blog (vejam aqui e aqui, por exemplo). Mas já vi uma quantidade razoável de shows e sei, muito bem, que aquilo que aconteceu na Via Funchal não foi uma celebração musical multicultural e muito menos uma noite mágica: foi o coroamento da preguiça de um talentoso menino auto-indulgente por um bando de fanáticos.