29.5.09

Minha empregada e o hype (ou como tornar o Passion Pit o novo Calypso)

A empregada da minha casa está sendo vítima do hype. Pelo "Claro Idéias" de seu celular recebeu uma mini-resenha tentando definir o que é o Passion Pit, numa linguagem que, presume-se, serviria para atiçar a curiosidade dela em ouvir a banda. Apesar de ostentar uma estranha franja e não cortar a unha do dedão do pé em hipótese alguma, creio que ela não seja bem o público "alternativo" que o grupo americano costuma abocanhar.

Até onde esse povo vai? Que tipo de estratégia de propaganda é essa? Que se façam campanhas dissimuladas em blogs jabazentos dedicados ao gênero, vá lá. Mas metralhadora de SMS-hype? Pensando na remotíssima hipótese dela se interessar pela banda que "usa sintetizadores" e entrar no site para ouvir o som. Isso agregará valor ao produto (seja financeiro ou mero acréscimo de fãs)? Óbvio que não. Passará essa respeitável e trabalhadora senhora a colocar "The Reeling" para tocar nos seus churrasquinhos de final de semana, logo depois do último sucesso do Calypso?

O mercado anda tão perdido e maluco que é capaz de sandices desse tipo. O produto não vende? O número de fãs não aumenta nem com reza brava? Tá ficando caro bancar blog jabazento e comprar matérias em jornais e revistas? Tudo bem. Seus problemas acabaram. Manda um SMS-Hype e garanta mais um pageview para seu cliente.

Aliás, bem bacana essa "The Reeling", hein.



28.5.09

Patrick Wolf - Hard Times

Continuo tendo medo dele. Essa esquisitice provavelmente exerce algum tipo de fascínio. Esse é o novo vídeo de mais um fantástico single de "The Bachelor", o recém-lançado disco dessa coisa bizarra chamada Patrick Wolf. Algo meio David Bowie psicopático. Ou não. Segundo Wolf o clipe é uma homenagem a Elvis Presley e ao barítono alemão (!?) Klaus Nomi, que chegou a ser backing vocal do Bowie.







25.5.09

DATABASE - Uglyedits Vol. 2

A bacaníssima dupla paulistana DATABASE (Lucio Morais & Yuri Chix) solta hoje para download direto no Myspace sua mais nova preciosidade musical. Contando com participações de The Twelves, Superpose, N.A.S.A., Roots Rock Revolution, Allan Falkyn, Killer On The Dancefloor, entre outros, a compilação promete ainda mais sucesso que seu primeiro volume, conforme dá pra perceber pelo fantástico clipe abaixo:



Weezer tocando MGMT e Lady GaGa

Rivers Cuomo pira de vez e emenda um cover de "Kids", do MGMT, com "Pokerface", da musa Lady GaGa. Esquisito e fantástico ao mesmo tempo, como só o Weezer consegue ser.

24.5.09

Faith no More no Brasil! (com Depeche Mode, Tool e Alice in Chains??)

ATUALIZAÇÃO FINAL AQUI: http://bifecomxuxu.blogspot.com/2009/08/faith-no-more-no-brasil-o-fim-da-novela.html


A notícia é quente e nenhum site brasileiro ainda deu. Faith no More vem tocar no Brasil em outubro. E num mega festival que agregaria ainda Depeche Mode, Tool e Alice in Chains. Pelo menos é o que dá a entender a união de várias informações lançadas pela imprensa sul-americana nos últimos dias. No Chile, o boato é de que a banda já fechou um show no dia 30 de outubro. Já a imprensa uruguaia afirma que eles tocarão em Buenos Aires no mesmo mês, data em que também o Alice in Chains já teria marcado presença. De acordo com o site, a banda de Patton viria ao Brasil, mas ainda sem data e local confirmados.

Billy Gould, baixista da banda, afirmou nesta semana em seu twitter que as conversas estão em andamento para uma apresentação no Chile, mas ainda nada confirmado. Diz ainda que algumas datas em outros países ainda aguardam apenas a canetada final.


Aqui no Brasil, apesar da sempre catatônica imprensa musical, boatos fortes dão conta de que o Faith no More se apresentaria no mesmo festival que já tem o Depeche Mode confirmado, aliado aos veteranos do Tool e o Alice in Chains com seu novo vocalista. Apesar de quente, a notícia ainda não é confirmada oficialmente. Mas tudo indica que teremos um daqueles festivais históricos por aqui depois de muitos anos.
faith no more no brasil, outubro, depeche mode, tool, alice in chains

21.5.09

Alt-porn

Você já ouviu falar de Sasha Grey? Sim? Seu(sua) pervertido(a)! Para os puros como eu, vale a apresentação: Sasha Grey é a nova musa da pornografia mundial. Mas ela foi além do sexo explícito e adquiriu um status cult.
Ao contrário de suas concorrentes, Sasha Grey é (ou parece ser) um tanto quanto letrada. Seu nome artístico anterior era Anna Karina, em homenagem à musa de Jean Luc Godard nos anos 60. Uma de suas bandas favoritas é o Throbbing Gristle, grupo pós-punk pioneiro no que veio a ser tornar o industrial. Um entrevistador disse que a moça era capaz de falar até sobre existencialismo...
Esse marketing deu certo: Sasha Grey está, este mês, nas páginas da Rolling Stone gringa e estreou um filme (não pornô) com ninguém menos do que Steven Sondeberg, o premiado diretor de Traffic e Onze Homens e um Segredo. E agora ela começa a se arriscar na carreira de cantora...
A verdade é que Sasha não é a primeira atriz pornô a ganhar esse ar cult. Traci Lords, nos anos 90, fez um caminho semelhante. Décadas antes, o lançamento de Garganta Profunda foi um evento que também rompeu o caráter de nicho da pornografia, como ficou bem mostrado no belo documentário Por dentro da Garganta Profunda.
Sasha Grey parece, simplesmente, ter atualizado a fórmula. Percebeu que, nesta era da internet, os limites entre gêneros distintos (bom gosto e pornografia, arte e diversão, pop e alternativo) são bem tênues. E, neste sentido, foi esperta em perceber que os consumidores de cultura indie adorariam uma musa porno igualmente indie...
Fica, contudo, outra dúvida, desta vez sobre a legitimidade da moça. Será que ela leu mesmo Sartre? Será que ela gosta mesmo daquelas bandas citadas em seu My Space? Será que não temos um genial empresário por trás de tudo? É uma dúvida recorrente em outros fenômenos virtuais, como a tão citada Mallu Magalhães.
Em uma reportagem sobre a moça, um jornalista afirmou que ou a menina é genial, ou leu uma pilha de livros do tipo Godard for Dummies.
E eu, aqui, deixo outra: é essa legitimidade mesmo que importa?



P.S.: rola um boato que a menina é, na verdade... cearense!

14.5.09

MM´s


Poderia postar algo aqui falando da mais nova banda inglesa que une batidas dos anos 80 com elementos rítmicos da Papua-Nova Guiné. Como também seria possível fazer um tratado ginecológico sobre as fotos da Rihanna pelada. Ou sobre o mais recente topless de Amy Whinehouse, que está (surpresa) envolvida com drogas novamente. Quem sabe discorrer sobre uma inglesa velha e horrorosa que canta bem. É, afinal, esse tipo de texto que vem povoando as redações de jornais e blogs por aí.

Tenho costume de freqüentar esses sites quase que diariamente, nacionais e estrangeiros. O barulhinho de grilo no mato que venho escutando recentemente é algo que assombra. Assim como a infinita capacidade de escrever sobre o nada e criar factóides, novos fenômenos e resenhar discos sob encomenda.

Quem não se recorda do recentíssimo e constrangedor estardalhaço feito no lançamento dos discos do Oasis, do Franz Ferdinand ou do (argh!) U2. Os três, repito, os três foram belos fracassos de venda. Se muito começaram bem nas paradas e foram melancolicamente despencando até caírem no esquecimento. O público não comprou a oferta viciada da crítica.

Os jornalistas e a indústria insistem em pensar que o consumidor de hoje é pura e simplesmente um filho daquele tonto facilmente manipulável que existiu até o final da década de 90. Aquele imbecil que, como eu, saía correndo atrás do disco 5 estrelas da edição do mês da Bizz, sem saber que o jornalista era o melhor amigo do vocalista da banda.

A molecada destes dias ouve o disco antes de ler a resenha ou a matéria de capa de grandes sites. E escolhe aquilo que quer realmente ouvir como quem aperta tomates no final da feira. A fantástica fábrica de fenômenos ainda está de portas abertas, mas tem cada vez menos acessos.

Não. Não vou falar da Mallu M.....