30.3.06

Peraê meu...



O Bonde do Rolê, que foi citado como banda bem interessante no post passado (sobre o Cansei de Ser Sexy), agora está, aparentemente, mais hypado que o próprio CSS lá fora! A banda é inteligente, engraçada, usa samples de uma maneira muito diferente, misturando rock e funk carioca. Mas isso é um exagero sem dimensões!

Se você não está entendendo sobre o que estou falando, então olha:

1 - A britânica "New Musical Express" publicou nota sobre a banda, indicando-a para aqueles que "amam a influência baile funk" de uma música do The Streets. Duvida? Olha aqui então. (Detalhe para a data da edição no pé da página)

2 - A Rolling Stone (sim.. a Rolling Stone) publica periodicamente uma lista dos "10 Artists to Watch", lugar já ocupado pelo Artic Monkeys. Na edição desse mês, do lado da bacana TV on the Radio está... rufem os tambores.. o Bonde do Rolê. Duvida? Então olha aqui.

Repito: nada contra o som deles, que é realmente interessante, divertido e inovador. O problema é esse exagero com uma banda que tem um punhado de músicas prontas e muito mal-produzidas.

Onde vai parar esse brutal dinamismo do exagero? As bandas acabam de surgir no cenário e já estão sendo enxovalhadas com esses endeusamentos totalmente desmerecidos. Creio não ser nada sadio esse desespero da imprensa, que, apesar de ser uma síndrome pós-Nirvana, vem atingindo dimensões patológicas atualmente.

Espere e verás o Lúcio Ribeiro iniciar sua idolatria por esse trio de Curitiba.

23.3.06

Cansei de Ser Sexy ganha o mundo



Caríssimos e caríssimas:

Voltamos à ativa com uma notícia no mínimo impactante.

De acordo com Erika Palomino, da Folha de São Paulo, a banda Cansei de Ser Sexy assinou contrato para lançamento de seu disco nos Estados Unidos com a falida gravadora Sub Pop, responsável pelo lançamento de Bleach, do Nirvana, e detentora do "passe" de bandas como Mudhoney, Built to Spill, The Constantines, entre outras trocentas.

Para quem não conhece, o Cansei de Ser Sexy é a banda foco do hype da grande mídia de São Paulo (leia-se Folha de São Paulo e MTV)há alguns anos. Com apresentações espalhafatosas de gosto duvidoso (principalmente de sua vocalista/desenhista da Triton, Lovefoxxx) e conteúdo musical de gosto mais duvidoso ainda, o CSS teve, desde seu início, a simpatia da "crítica" e dos formadores de opinião e o desprezo de grande parte do público.

Com méritos ou não, a banda, em pouco mais de 2 anos de existência conseguiu lançar música na versão nacional do seriado de Paris Hilton, incluir uma faixa no The Sims 2 brasileiro e até no Big Brother 6 e, agora, ser lançada no exterior por uma gravadora que tem um grande passado a zelar.

O sucesso interno da banda, porém, não é refletido em termos de público. Apesar da forcinha da MTV, seus videoclipes são de baixa execução e suas músicas não tocam nas rádios, com exceção dos amigos da Brasil 2000. Seu disco, lançado com estardalhaço pelo selo Trama Virtual, de Carlos Eduardo Miranda, e "brodeado" por Lúcio Ribiero e Erika Palomino (veja aqui), da Folha de São Paulo, não obteve vendas expressivas, mesmo com as aparições em festivais pelo país.

Agora, apadrinhado por Diplo, o marido de M.I.A, o CSS lança o disco e parte em turnê pelos Estados Unidos, a partir do meio do ano, com o padrinho e o trio de "funk" Bonde do Rolê, uma banda bem interessante de Curitiba, que consegue utilizar samples de clássicos do rock para fazer seu batidão (escute aqui).

Vamos ver onde isso vai parar.