8.3.09

Prodigy - Invaders Must Die

Fruto da geração rave britância, o Prodigy surgiu para o mundo no meio dos anos 90 como o elo perdido entre a música eletrônica e o rock pesado, chamando a atenção dos adolescentes roqueiros xiitas da época para a cena (eu incluído). Misturando batidas techno (no sentido técnico do termo) com pesadas influências de punk rock e metal, a banda liderada por Liam Howlett invadiu a MTV com os clássicos "Firestarter", "Breathe" e "Smack My Bitch Up". Sentindo a ressaca do sucesso e talvez constrangidos com a oportunista constatação de Lulu Santos ("o Prodigy é mais influente que os Beatles") sumiram por longos anos, até soltarem um quase ignorado disco em 2004 (culpa do centralismo de Howlett).

Voltando a engraxar adequadamente as máquinas, o Prodigy retorna agora com um ousado disco de altíssimo nível musical. Consertando um antigo defeito, o album soa fechado do começo ao fim, repleto de hits, sem dar a entender que há músicas apenas para "tapar buraco", o que era nítido nos outros trabalhos (e como a própria banda assume).

Nota-se claramente o resgate da dance music old school, como na faixa "Warrior´s Dance" (que resgata a perdida "Take me Away", do True Faith), e a valorização dos sintetizadores e samplers como nunca haviam ousado fazer. A batida techno mascada, característica da banda, continua em destaque, mas agora gostosamente permeada por elementos pop.


Outro grande destaque do disco é a agressivíssima faixa "Run With The Wolves", uma quase música do Queens of the Stone Age, com a marcante participação do mito Dave Grohl, que pediu a Liam para gravar as baquetadas.

Ainda, tentando trazer seu som para um formato mais digerível nos anos 00, Howlett convocou James Rushent, do Does It Offend You, Yeah?, para co-produzir as absurdamente frenéticas "Omen" e "Invaders Must Die", outras duas faixas de enorme destaque e, não por acaso, os dois primeiros singles, respectivamente.

Em tempos de nu-rave os tiozinhos do Prodigy ensinam para a molecada o jeito certo de fazer as pessoas mexerem os esqueletos. E pelo jeito ainda agradam MUITO, já que o disco estreiou nessa semana na parada da Billboard em terceiro lugar, nos EUA, e em primeiro lugar no Reino Unido, desbancando do trono o Kings of Leon e deixando a queridinha Lily Allen para trás. E isso não é pouco.




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