30.11.08

Melhores de 2008 (I)

Hora de começar esse clichê de fim de ano, não?
Minhas duas primeiras dicas de álbuns que merecem ser ouvidos:



The Stand Ins - Okkervil River



The Hungry Saw - Tindersticks

26.11.08

Fofoquitas (atualizadas)

OASIS

Até agora não entendi a genialidade do último disco da banda, tão alardeada pelos blogueiros daqui. Ouvi muitas vezes o disco até cansar e desistir. Várias músicas são boas e até empolgantes, mas é nítido que a criatividade da banda vem despencando mais que cabeceira de morro em Santa Catarina. Prova disso é a queda livre nas paradas inglesas. Se nem chegou a estar no topo, o disco agora amarga uma discreta quadragésima posição, atrás de coisas grotescas como uma coletânia do Status Quo. Esses jornalistas brasileiros... No começo as melodias assobiáveis e os hits eram o motivo para ser um devoto. Agora, a falta disso é o que supostamente faz a banda grande. Misturar fanatismo com jornalismo nunca deu certo. Nossa imprensa musical está cheia de Chico Langs...

THE KILLERS

Esses sim parecem andar bem lá pelas terras da Rainha. Capa da NME, boa resenha no The Guardian e grande repercussão do novo disco, lançado essa semana. Só no primeiro dia foram 70 mil cópias físicas vendidas, o que bastou para liderarem a parada da semana. Na frente de Axl Rose, inclusive.

THE KILLERS II

Corre ainda o boato de que a banda de Brandon Flowers escalará o M83 (já indicado aqui) como banda de abertura para a turnê americana de 2009. Podiam passar pelo Brasil, não?

GUNS N´ROSES

Falando neles, parece que a situação anda tão feia que Axl Rose está procurando divulgação de todos os modos possíveis. Segundo o site da Billboard ele arrumou confusão com o proprietário da marca de refrigerantes Dr. Pepper, que havia prometido uma lata grátis para cada americano caso o CD fosse lançado ainda esse ano. O advogado do rapaz diz que a promoção foi um "complete fiasco" e que atingiu a imagem do vocalista.

GUNS N´ROSES II

Você já ouviu? Eu ainda não.

THE STROKES

Fora de atividade há alguns vários meses, a banda sempre dá um jeito de não sair da mídia. Inventaram agora uma tal de comemoração aos 10 (????) anos da banda, com capa da NME e tudo. Parte legal: os fãs podem dar nota para as músicas da banda e organizar uma parada com as melhores. Vota aí: http://www.nme.com/index.php?class=rate&ratename=thestrokes

LOS HERMANOS

Amarante está fazendo a festa na imprensa e nos clubes da América com seu amigo Fab Moretti e o Little Joy. E o Camelo criando polêmicas em sites de fofocas com seu namoro com a "mítica" Mallu Magalhães... Que fase!
JUJUBA, MARIOLA, SEI LÁ O QUE...
O que significa a música nova de Marisa Monte? Teimei comigo mesmo ao ouvir no rádio que aquilo não era ela, apesar da voz inconfundível. Infelizmente, era. Não tem como não achar que é um jingle de alguma bomboniere. Algo me diz ainda que há vários e vários duplos-sentidos em algumas estrofes ("A hora é pra ja (ou Jah na pronuncia)!", "manda um e-mail para a Joana", entre outros), numa coisa meio Tim Maia e seu chocolate (e tem cara do "Peixoto" da música ser o Marcelo D2, amigo de Seu Jorge - compositor da desgraça). Se era atenção que queria, conseguiu.

GUESS WHO´S BACK?

André Forastieri ressurge não sei de onde e volta com site e tudo o mais. Seria o ressurgimento da boa imprensa musical brasileira? Entra lá: http://andreforastieri.com.br/

14.11.08

Shows!

Pensando friamente, ir a shows é um péssimo negócio: desconfortável, bebidas caras, risco de dividir espaço com pessoas pouco civilizadas etc. Todavia, a experiência de ver um show de rock ao vivo é insuperável. E, nesse sentido, essa foi uma ótima semana.

The Jesus & Mary Chain
Uma das atrações mais esperadas do Planeta Terra, os membros do grupo são "profissionais do rock". Não fizeram macaquices, piadinhas ou arriscaram um português sofrível. Limitaram-se a disparar belas canções barulhentas em um show que cobriu quase todos os álbuns e hits do grupo. E mostraram, ainda, que o som que faziam nos anos 80 ainda continua relevante.
Destaque para a música final, Reverence, que botou o público todo para cantar em uníssono o fatalista refrão "I wanna die".

Offspring
Para mim foi uma surpresa a escalação da banda. Tinha certeza que o grupo havia terminado em algum lugar dos anos 90. Mas até que não estava errado. O Offspring e seu gasto punk californiano são uma prova que o gênero esgotou-se lá pelo começo dos anos 90 com Green Day e cia. Ofereceram, então, hits datados para um público que não deve ter ouvido três discos na vida.
Isso sem falar na absoluta falta de educação dos fãs que abriam espaço a cotoveladas para chegar perto do palco.

Breeders
Para minha surpresa as Breeders, que concorriam com o Bloc Party no palco principal, lotaram o indie stage. Com o público na mão, as irmãs Kim e Kelley Deal alternaram hits como Cannonball, Divine Hammer e o célebre Hapiness is a Warm Gun com canções do bom último disco, Mountain Battles. Foi talvez o show mais divertido do Planeta Terra.

Kaiser Chiefs
Com meia dúzia de hits e um vocalista extremamente carismático, o grupo promoveu um belo show de encerramento do que é, atualmente, o melhor festival de música do Brasil.

R.E.M.
Era um show que não tinha motivos para dar errado: Michael Stipe é carismático, Peter Buck e Mike Mills são músicos estupendos, o último disco do grupo é muito bom e não faltam hits. Em duas horas de show, a banda passeou por todo o repertório, dando especial destaque ao ótimo Automatic For The People.
Pena que Michael Stipe seja o politicamente correto em pessoa. Exaltou Obama várias vezes, pediu ajuda para uma organização humanitária e elogiou a "beleza" paulistana...

Mallu
Por favor, abandone o blues e assuma de vez o country.

11.11.08

Interrompemos a programação

Enfim, uma banda relevante e no auge toca no Brasil.


E voltamos à programação normal...

Beatlepatia

Eu sempre desconfio da inteligência musical de fanáticos por Beatles com menos de 5 décadas de vida. E, sem qualquer exercício joão-biduísta, normalmente estou certo. Alguma pesquisa de algum grande instituto ainda vai provar que esse tipo de gente é responsável por um grande movimento de emburrecimento musical. Gosto bastante dos meninos de Liverpool, mas quando ouço alguém da minha idade dizendo que eles formam sua banda preferida lembro de minha avó, dizendo que Orlando Silva, sim, é que é cantor.

Tente essa brincadeira interna com uma pessoa que se encaixa no perfil acima. É infalível. Pergunte se ouviu algum disco novo, sei lá, Coldplay. Ela vai mentir que ouviu e soltar que é bacana, mas nada supera os arranjos de “In My Life”. Tente puxar um assunto sobre música eletrônica. Inevitavelmente a resposta vai ser que as músicas são todas iguais, chatas e conceituais e que viagem de verdade foi só o “Sgt. Peppers”. Então, vai... MPB, sei lá, Tropicália? Até tem músicas legais, mas, claro!, é tudo chupado dos quatro rapazes. Rock Nacional? O RPM foi uma verdadeira beatlemania brasileira. Rolling Stones? Sempre foram uma cópia e só fizeram sucesso quando o John Lennon, bla bla bla... Grunge? Os Beatles inventaram o grunge com “Helter Skelter”. É irritantemente engraçado e normalmente acompanhado de explicações de que foram eles que criaram a música pop e comentários de almanaque variados.

O cidadão sabe a cor da cueca que o Ringo usava no dia 23 de fevereiro de 1967 (dia da gravação de “Lovely Rita”, meo!), mas não consegue estabelecer um mínimo de cultura musical que não seja relacionada com Beatles, mesmo quando a relação feita é a mais estapafúrdia possível. Ignora-se 40 anos de música popular apoiando-se num “standard” do gosto musical refinado, o lugar-comum da preguiça cultural. Nada mais brasileiro que isso, vide as viúvas da Bossa Nova no alto de seus 25 anos de idade. É quase tão boçal como dizer que Björk é o que há de melhor na música contemporânea.

Desculpa aí, vó. Orlando Silva é que é cantor? A senhora é muito antiquada. Sou muito mais o John em “Revolution #1”. Isso sim é que é música! Aliás, tem uma história boa sobre o terceiro dia de gravação, no quarto take no estúdio...

7.11.08

Dicas Marotas

Rita Lee Mora Ao Lado - Procurando por biografias num site de livros acabei caindo nesta história da vida de Rita Lee. Comprei cego, sem indicação e não acreditando muito no potencial do livro, que, convenhamos, não é dos mais divulgados. Mas, como o preço estava baixo, resolvi aproveitar. Gratíssima surpresa. Mais pelas histórias de bastidores da música brasileira do que pela vida da rockeira, que cinge-se aquele padrão martelado dos altos e baixos com drogas e relacionamentos. Outra surpresa foi o destaque dado ao anárquico início e ao traumático fim dos Mutantes e as macabras manobras do mestre dos magos André Midani para que Rita seguisse sem "as irmãs Baptista". O fato de não ser tratada como uma biografia oficial (apesar de sê-la, na minha opinião), além de ser contado na perspectiva de uma fictícia vizinha da cantora, liberou o autor, Henrique Bartsh, para rasgar o verbo e incluir vários e vários podres de grandes personalidades da MPB, incluindo um inusitado amor canábico do intocável João Gilberto. Devore sem dó, eu garanto.



JEREMY ENIGK - CANONS

Explica aí, vai. Como esse cara consegue até hoje fazer esses absurdos da tristeza humana? Como ele consegue cantar desse jeito? Para quem não conhece, é o ex-vocalista do Sunny Day Real Estate, uma das melhores bandas que já ouvi na vida. Inspiração roubada diretamente do Orkut do grande amigo Robinson.




E pra matar a saudade de Sunny Day (bons tempos aqueles...):