28.5.08

Liberdade

"The last decade has seen an independent music revolution powered by the Internet. A developing band like OK Go rockets to national attention on the strength of a clever YouTube video. Clap Your Hands Say Yeah sells thousands of records based on blog buzz, and Sufjan Stevens sells out concert halls solely on the basis of Internet play. Fans have never had such a dizzying array of music choices before, and artists have never had an easier time reaching receptive audiences." Rock the net - musicians for net neutrality


De fato, conforme já salientado na citação que abre este post, a internet alterou completamente a forma de consumo de música na virada do século XX para o XXI: o CD foi enterrado, hypes passaram a ser criados (e destruídos) do dia para noite e o acesso a quaisquer artistas se tornou fácil e rápido, o que foi especialmente interessante para os pobres cidadãos do terceiro mundo.
Neste sentido, interessantíssimo o movimento Rock the Net, que busca uma chamada "neutralidade" na rede. Isso quer dizer que qualquer pessoa com acesso à internet deve ter direito a acessar, diretamente, o conteúdo legal disponibilizado pelos artistas, sem qualquer tipo de "intermediário".
Hoje em dia não é assim? Sim, é. Tanto o BIFEcomXUXU quanto o site oficial do U2 têm em tese, a mesma acessibilidade. Mas a organização citada afirma que certos provedores querem alterar essa igualdade, fazendo com que quem possa pagar mais tenham conexões melhores de internet. E iria então, pelo ralo, um dos pontos que possibilitariam uma maior competição entre os artistas independentes e aqueles do mainstream.
O cerne na questão está, portanto, em evitar que as grandes gravadoras reconquistem parte do poder perdido pela internet após o aumento de competitividade diante dos independentes. Quem perde? Nós, claro.
Mas, vale notar uma ressalva interessante no projeto: ele deixa claro que o acesso à conteúdo legal deve ser igualitário. Ora, um excesso de "liberdade" na obtenção de música, especialmente por meios ilícitos, tende a empobrecer a indústria, diminuir o investimento e, quem perde? Nós, claro.
Tudo isso serve para mostrar claramente que, com a internet, o consumidor de música passou a ter um enorme poder de decidir. Resta saber se ele sabe lidar com isso...

2 comentários:

gaiotto disse...

interessante a proposta, mas na pratica acho muito dificil dar certo... esse caminho parece ser sem volta e os direitos autorais que se virem...

particularmente eu acho que essa prática de traffic shapping dos provedores pode ter algo a ver com isso... pq justamente os programas P2P, torrents e tal são os "controlados"

em relação ao excesso de informação, acho esse o pior dos males dos nossos tempos... sinceramente...

d. chiaretti disse...

Na verdade acho que a proposta não visa regular se o conteúdo é legal ou não. Nos EUA isso é caso de polícia, e as pessoas realmente compram MP3s e tal.
É que fica engraçado ver a proposta na visão brasileira. Aqui, burlamos o traffic shapping não para obter conteúdo legal, mas sim ilegal. ahaha.