26.5.08

Cumpadre Washington: O Timbaland tupiniquim?

O rock nacional está no limbo. E não é de hoje. O fervor criativo e a extrema popularidade vividos nas décadas de 80 e 90 submergiram a uma infeliz sobrevivência meramente mercadológica. O BRock existe apenas porque tem que existir como nicho de mercado e não pertence mais ao grande público. E tudo isso por incompetência dos chefões em alavancar e sustentar o sucesso das bandas desorientadas e mal exploradas que existem por aqui.

Há alguns anos o cenário das grandes bandas divide-se basicamente em duas vertentes-referência: Charlie Brown Jr. e CPM22.

A banda de Chorão é a última a existir naqueles vultuosos padrões antigos, de banda-elefante, com clipes caríssimos, mega-shows e esquema de marketing extremamente profissional. Rebentos: Tihuana, O Surto, Detonautas e o recente Strike. Todos de sucesso efêmero e fadados ao esquecimento. Vide a constrangedora nova música de trabalho de Tico Santa Cruz.

De outro lado, o movimento “sou emo, mas não sou” de Badauí e companhia. Bem articulado e especialmente antenado com as modinhas internacionais. Ainda abocanha uma fatia importante do mercado, graças principalmente ao sucesso do nosso “Polegar” indie, o NX Zero. Mas o próprio CPM22 já mostra desgaste e outras apostas, como Fresno, For Fun e Hateen, não passaram de one hit wonders.

Nosso último sopro lírico, Los Hermanos (a terceira via), teve morte prematura e deixou saudade apenas aos fervorosos fãs. O grande público nem imagina que eles tenham discos além “daquele que tem Ana Júlia”.

E o porquê disso tudo? Culpa das bandas? Claro que não! Não há como obrigar alguém a fazer um som que cative e existem MUITAS bandas sub-aproveitadas fazendo música boa por aí. E o público? Também não. Por mais desqualificada que seja a nossa massa de consumidores, há um limite de (in)tolerância.

O sucesso se faz basicamente com a união de grandes melodias com esquemas certeiros e agressivos de propaganda e marketing (bem sabem os ingleses). E essa última parcela da adição nossos empresários e produtores do rock ainda não aprenderam a decifrar. Lá fora trouxeram produtores de rap para enlatar as bandas e botá-las de volta nas paradas. Talvez nossa solução esteja nos empresários e produtores de axé music.

2 comentários:

d. chiaretti disse...

Não temos mais bons produtores. Essa é a verdade. Veja a tal da Negra Li (Lee?) para sair do rock: nas mãos do cara certo, ela poderia ser a Rihanna brasileira.
E é o quê? Nada...

gaiotto disse...

É bem isso... na década de 80 souberam muito bem explorar o RPM e o Legiao, p. ex., na década de 90 os Raimundos e aquela pataquada de forró-core...
Esses dias vi o samuel rosa falando: o que chama a atenção hoje em dia (comparando com o estouro deles) é a falta de vontade (das bandas novas) de fazer sucesso