25.7.05

É isso

Em notícia recente, o pessoal do ótimo Pitchfork Media, um dos melhores sites especializados em música alternativa, mostrou-se indignado pelo fato dos primeiros shows dos Strokes após a finalização do terceiro álbum acontecerem na “exótica” – palavras deles – América Latina. Não vou ficar aqui dizendo que os gringos são ignorantes e tudo mais, principalmente porque o textinho deles ficou bem engraçado. Acho que o ponto mais importante da notícia é outro.
Lendo a notícia, fica óbvio que os Strokes são extremamente importantes. Até mesmo o Pitchfork Media, que, talvez por ser avesso a grupos excessivamente comerciais, cometeu o sacrilégio de torcer o nariz pro Killers, reconhecem isso.



Acredito que o sucesso da banda deve-se ao fato de que, além de criar canções pop por excelência e ser totalmente hype, o líder Julian Casablancas parece cantar sobre algo que tem perfeita identidade com a geração pós-anos 90. Temas que as bandas que explodiram no começo dos anos 90 tratavam com uma sinceridade por vezes dilacerante, os Strokes tratam com um misto de futilidade e paixão fugaz. “The room is on fire/As she’s fixing her hair”, “We were just two friends in lust/and baby that just doesn’t mean much”, “I'm sick of you/And that's the way it is”...
Além de terem essa identidade com a geração que os idolatra, o grupo está gravando o terceiro álbum que, como diria o ex-Smith Johnny Marr, é aquele no qual a banda pára de tentar copiar seus ídolos e parte para algo mais original. E, ao que parece, é o caminho que os Strokes estão tomando: uma das músicas traz até um mellotron – um tecladão popular entre as bandas de rock progressivo - sendo tocando por Nick Valensi. E tudo indica que a América Latina verá essas canções ao vivo antes dos nova-iorquinos do Pitchfork Media...
Portanto, fica evidente a importância do show, especialmente para nós, brasileiros, que temos pouquíssimas oportunidades de ver uma banda tão importante em um momento tão decisivo de sua carreira.


DISQUINHOS PREFERIDOS


Okkervil Sheep – Black Sheep Boy: disco que, apesar demetido a conceitual – conta a história de Tim Hardin, um compositor dos anos 60 – é fenomenal. Melodias belas e tristes, acompanhadas por arranjos de violão, guitarras saturadas e feedback na medida certa.

Clap Your Hand Say Yeah – Clap Your Hand Say Yeah : bandinha que toca um bom e velho indie rock, cheio de boas melodias e vocais um tanto quanto desafinados. Isso sem falar no nome da banda, que é genial.

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