17.12.08

O triste canto de Ney

Thiago Ney não agüentou. Há tempos criticado pela baixa qualidade e fraca repercussão de suas matérias e colunas da Folha de São Paulo, seu canto do cisne às avessas foi entoado constrangedoramente nesta semana em seu blog no site Folha Online. Nos comemorativos dos 50 anos do caderno Ilustrada, para o qual escreve, brotaram várias farpas para o atual modelo editorial e os jornalistas responsáveis pelos textos. Gente de peso falando, críticos e criticados. Todos unânimes em apontar o amesquinhamento do grande papel que sempre foi exercido pelo caderno. Vestindo confortavelmente a carapuça, Ney garganteou-se em ironias, fofocas e empáfia para tentar salvar sua carreira. Nada pior!

Como uma criança que deda os colegas ao tomar uma bronca da mãe depois da reunião da escola, Ney metralhou um a um seus detratores antes de, descoladamente, assistir a suas novas bandas preferidas em um clube adolescente de São Paulo. Justo duas daquelas bandas que ninguém ouve e do nada são hypadas, uma das maiores críticas feitas ao jornalista e ao caderno. Um tanto quanto constrangedor para um rapaz de 30 e poucos.

Herdando o vácuo deixado pelo geek Lúcio Ribeiro, Ney não soube ter a mesma destreza e influência sobre os mais jovens como tinha o antigo chefe do pedaço. Naquela época ele realmente se destacava com suas boas matérias, provavelmente sob a batuta editorial do Poploader. Ao chegarem os holofotes, Ney tremeu e sucumbiu a uma mera gangorra de amigos eletrônicos e indies, ao mundinho alternativo de São Paulo e sua patotinha fechada. Ainda, pecou por se fechar nas virtudes de seus gostos exclusivamente pessoais e dormiu na praia enquanto vários e vários fenômenos surgiram (e foram espertamente aproveitados por seu antigo chefe). Subiu nas tamancas e se esqueceu que escreve no maior caderno de cultura do país.

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