3.5.05

Cadê meu ídolo?

O mundo pop sempre foi feito de indíviduos carismáticos e talentosos com capacidade de cativar milhares de fanáticos por suas letras, vozes, beleza ou até perfomances no palco. São os clássicos caras-de-camiseta, cuja imagem foi estampada no peito, na parede, no caderno, na cueca etc... de várias gerações sedentas por uma figura que lhe guiasse em sua "rebeldia".

A lista é grande. Desde Elvis Presley, Bob Dylan, John Lennon e Paul McCartney, Mick Jagger e Keith Richards, Jim Morrison, Janis Joplin, Jimi Hendrix, Ozzy Osbourne, Robert Plant e Jimmy Page, Syd Barret, David Gilmour e Roger Waters, passando por Bob Marley, Raul Seixas, Sid Vicious e Johnny Rotten, Joe Strummer e Mick Jones, Robert Smith, Morrisey, Renato Russo, Cazuza, Axl Rose até chegar em Kurt Cobain (esquecendo-se, é claro, de vários outros) a garotada e a imprensa se acostumou com um volume intenso e constante de "ídolos de uma geração".

Polêmicas constantes, boatos infundados, milhares de fotos, músicas raras gravadas em shows, discos raros lançados à revelia da banda, histórias escabrosas, músicas de altíssima qualidade e abuso de drogas fizeram parte da biografia de todos os integrantes da lista acima. Talvez esses os grandes motivos para a agremiação de tantos fiéis seguidores, que se mantém e se renovam até os dias de hoje, não importanto o quão velhos ou mortos estão seus ídolos.

Porém uma constatação é óbvia: há onze anos essa lista está parada em Kurt Cobain. Desde que esse gênio maldito estourou seus miolos (ou o que sobrou deles) ninguém, eu disse NINGUÉM, mais conseguiu se estabelecer no imaginário dos fãs desse mundo pop. Vários novos "gênios" de 15 minutos surgiram, a imprensa tentou forjar vários novos ídolos, mas é fato notório que nenhum ser humano conseguiu cativar novamente a idolatria das pessoas como as pessoas aí de cima.

Nem Thom Yorke, nem Gavin Rossdale, nem Eddie Vedder, nem Evan Dando, nem Julian Casablancas, nem Ben Kweller, nem Jack White, nem Pete Doherty, nem Marcelo Camelo conseguiram sustentar a saga de serem ídolos de uma geração por muito tempo. Alguns deles ainda estão por aí no auge do sucesso, mas dificilmente irão entrar pr'aquele tão seleto rol.

Pode-se arriscar dizer que o que ocorre é uma mistura de insuficiência de talento para tal e falta de carisma aliado a uma efemerização da fama e do sucesso, provacada, sem dúvida alguma, pelo avanço do dinamismo da internet. Mas, sem dúvida, há um grande mistério não-resolvido: por que não existem mais ídolos como antigamente?

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